UMA BREVE DISCUSSÃO SOBRE O ENSINO MÉDIO NO BRASIL
Nos anos de LDB (diretrizes de Bases da Educação), os reflexos sociais na escola brasileira, apontam problemas no modelo de Ensino Médio. É a certeza da fragilidade política na educação, em um país com profunda crise de identidade. É difícil definir se a crise sai da escola e atinge sociedade ou sai da sociedade e atinge a escola, afinal é a instituição de formação acadêmica obrigatória para todos os brasileiros e em qualquer área do território nacional. O que podemos definir é a situação dos jovens que frequentam o Ensino Médio: a maioria possuem pouca perspectivas e a minoria com a preocupação em ser aprovado na universidade.
As autoridades brasileiras no assunto estão repensando o modelo de Ensino Médio, mas para isso querem usar o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), transformando o instrumento que atualmente serve como avaliação institucional em instrumento estimulador para remodelar o currículo e atender as preocupações do MEC com a escola publica.
Outra questão é alinhar o Ensino Médio ao mundo do trabalho. Existe uma preocupação com a formação da força de trabalho e estão surgindo novos programas de escola técnica como o PRONATEC. O governo se preocupa com a economia nacional, com os investimentos de corporações estrangeiras (claro, não com as pessoas) e com o envelhecimento populacional, tende à investir em uma sociedade jovem com qualificações minimas, apesar dos cortes de verba e da forma superficial que são feitas as medidas na educação publica. Olhar para conjuntura populacional sem atribuir importância à escola, seria um erro estrutural inaceitável pelos grandes investidores (motivo pelo qual o governo promove mudanças). É preciso ter massa de pessoas capazes de desenvolver o mínimo necessário no atendimento das demandas do sistema capitalista. O quadro é alarmante, a última publicação da pirâmide etária do Brasil (2010), mostrou uma população amadurecida e uma diminuição agressiva na natalidade. Reflexo do mundo urbano e falta de identidade em uma sociedade marcada historicamente por modelo externos.
A escola é só reflexo de várias ações arbitrárias, mas será que podemos confiar no modelo de escola técnica que estão sendo aplicados pelo governo federal. Ou será que vamos reviver uma divisão social na escola, acentuando o caráter formativo da massa de trabalhadores mal preparados na escola pública e técnica e a impossibilidade da entrada do pobre na universidade pública?